quarta-feira, 25 de maio de 2011

Morrer, nascer e amar outra vez

Eu te amo de longe com a força de um animal caçando
Aguardo cada segundo
Sondando seu passo manso
Sentindo seu cheiro doce
Juntar-se a poeira seca

Quando estamos juntos
Nossos corpos entrelaçam-se com destreza
De água viva na correnteza
E a espuma do mar nos nossos tentáculos
Amolece a tez úmida
Salga a pele, o beijo.
Torna transparente a pretensão
Transparecendo na ponta dos dedos
Denunciando bem querer
Domo os desejos alados
Dados sem medição
Engaiolo na palma da mão
Suas vontades, veleidades
Vaidades...
Trago dentro do corpo
Aquilo que te torna frêmito
Farta o abundante gozo
Faz a mente absorta
Por minutos de redenção
 
Tenho a força do mundo
Escondida por debaixo do ventre
Envolta por muitos cuidados
Tenho suas caricias
Carrego então escondida
A abstração do universo
Posta à mostra somente
No úmido, quente de um beijo
Na boca destilando desejo
E nos incontáveis segundos
Entre morrer, nascer e amar outra vez.