quinta-feira, 3 de março de 2011

Vaporosa vivência trotando no tempo

Um quê dessa existência volátil
Afaga o ego com as pontas dos dedos
Me carrega
Alada, fantástica, cheia de temores leves
Suficientes apenas para provocar um arrepio na pele
E nos pêlos que eriçam-se

Capaz de subtrair a arrogância de viver
Atribuir aquele brilho de aurora
Irradiando de todos os lugares
Enchendo meus olhos
Me torna cheia de maravilhas
Reconfortante, afagando o suspiro.
Tateando sem no entanto, com tato
Pega cuidando não pegar

Minha existência repentina
Assusta!
Mas me acostumei ao inesperado
Aos gritos sem direção
As palavras derramadas torrencialmente por tempestades
Tornei-me parte das minhas partes
Enchi-me de todas nuances brilhantes
Como também da monocromática inabilidade com a vida

Gosto de me encontrar
Na aspereza das manhãs cinzentas
E sentir-me parte do céu
Sentir que também posso ir
Derramar-me em algum telhado
Porque sentir é isso
Derramar-se sem, porém perder qualquer gota